A verdade é que ninguém esta livre da
doença. Mais cedo ou mais tarde seremos atingidos, seja ela física, psíquica ou
espiritual. Não tem jeito, adoecer faz parte da condição humana e não aceitá-la
é negar a sua própria natureza.
Qual a primeira coisa a fazer quando
descobrimos que estamos doentes? Procurar um médico. Um hospital. Uma ajuda.
Neste âmbito a espiritualidade representa uma motivação maior de viver e lidar
com os problemas.
Chegamos a um ponto em que é
fundamental distinguir espiritualidade e religiosidade, apesar de estarem
intimamente relacionadas, pois a religiosidade é um dos aspectos importantes e
uma conseqüência da espiritualidade.
Religiosidade envolve sistematização
de culto e doutrina que são compartilhados por um grupo. Espiritualidade é um termo que possui
suas bases com os ensinamentos de Platão, no século IV a.C.. Este filósofo
defendia a idéia de que o Ser Humano era um Dualismo de CORPO-ALMA com
prevalência absoluta da alma sobre o corpo. Exatamente por isso era
indispensável que o Ser Humano se dedicasse às coisas do espírito. Hoje podemos
explicar a espiritualidade como sendo uma tendência natural humana de buscar o significado
e o propósito da vida por meios que transcendem o tangível: um sentido de
conexão com algo maior que si próprio, que pode ou não incluir uma participação
religiosa formal.
A ciência busca relacionar a espiritualidade e o desenvolvimento da doença e como o paciente se comporta diante dela. SHEKELLE et.al. em trabalho publicado na revista “Psychosomatic Medicine” no ano de 1981 afirma que depressão e sentimento de desesperança estão fortemente relacionados com o aparecimento de câncer, por interferirem no sistema imunitário. EVERSON na mesma publicação, mas em 1996 confirmou as pesquisas de SHEKELLE afirmando que a desesperança é mais forte que a depressão, na ocorrência de suicídios. O Núcleo de Estudos sobre Religiosidade e Espiritualidade em Saúde (NERES) do Hospital Israelita Albert Einstein desenvolve diversos trabalhos nesta área. Um exemplo é o estudo divulgado pelo periódico da Associação Paulista de Medicina, em 2004, no qual se conclui que a prática de rezar tem intima relação com a melhora de pacientes com câncer.
De acordo com o coordenador do NERES, Dr. Marcelo Saad, a espiritualidade pode contribuir com efeitos positivos na imunidade do corpo e garantir o equilíbrio neurofisiológico e dos hormônios. “Se o sistema neurológico está equilibrado, o estado psicológico fica propenso a trazer a sensação de esperança, de perdão, de amor e de altruísmo (...). A fé é ainda capaz de mobilizar a endorfina, o hormônio do bem-estar”, explica.
Por tudo isso, torna-se fundamental conhecer e compreender a espiritualidade, pois quem conhece usufrui muito mais do que quem apenas gosta. A Espiritualidade nos liberta da desesperança enquanto a religiosidade sem espiritualidade nos causa medo, terror e ainda mais desesperança.
Queremos relembrar um fato descrito no texto mais lido do mundo, a Bíblia: Cristo ao curar um enfermo dizia: “Tua fé te salvou!” Isso nos mostra a estreita relação entre a doença e a espiritualidade.
Na doença, Deus pode agir, curando ou também apontando para a verdadeira realidade. O decisivo é tornar-se permeável para Deus. Aceitar a nova realidade pode ser um novo começo de vida e uma nova forma de se viver a própria humanidade. Entender que Deus pode iluminar o mundo tanto através da saúde como da doença. A luz de Deus pode transformar e santificar o mundo através de um corpo doente, por vezes até com maior intensidade do que um corpo sadio.
Referências:
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=280587
http://ong.portoweb.com.br/osicom/default.php?reg=4&p_secao=7&PHPSESSID=14ed5b9bebd932c2370c2d82fe80c6bd
http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol34/s1/88.html