quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

O que é a radioterapia?


A radioterapia é um método utilizado para destruir células tumorais por meio de radiações ionizantes. Este método utiliza um tipo de energia direcionada, pré-calculada, durante um tempo determinado, com a capacidade de destruir ou impedir que as células do tumor aumentem mas de maneira que ocorra o mínimo de dano possível às células vizinhas a área. 
Fonte: <http://www.nursing.com.br/radioterapia-como-funciona/ > acesso em 07 de jan 2018.

As radiações ionizantes causam a morte celular devido a vários mecanismos que interagem e inativam algumas atividades vitais para a célula e impede a sua reprodução (multiplicação). A resposta do tumor diante da radioterapia depende de vários fatores como: a localização do tumor, a oxigenação da área, a quantidade de radiação e o tempo de administração da radiação. (INCA)

Em alguns casos, a radioterapia pode ser usada em conjunto com a quimioterapia, dependendo do tipo de tumor e da escolha de um tratamento ideal. A maioria dos pacientes com câncer, tratados com a radioterapia, os resultados costumam ser positivos e a doença pode ficar controlada.

Quais os efeitos colaterais?

Os efeitos colaterais da radioterapia está relacionada com a localização do tumor. A radioterapia, diferente da quimioterapia, possui efeitos locais, direcionado para o local do tumor. Já a quimioterapia possui efeito sistêmico.
A pele que recebe a radiação fica avermelhada, podendo coçar ou ter a sensação de ardência, que pode evoluir para descamação ou formar bolhas. Outros efeitos colaterais comuns são náuseas, vômitos, diarreia, cansaço, ardência urinária e falta de apetite.

 Fonte:



Como reduzir os efeitos colaterais?

A redução dos efeitos colaterais se dá por meio da manutenção de hábitos saudáveis como, por exemplo, realizar atividades físicas leves e manter uma alimentação saudável e controlada. Existem alguns remédios e produtos que podem ser indicados pelo médico dependendo de cada caso.

Fontes:

Dicas para ajudar o paciente durante a quimioterapia:

·         Ingerir bastante água

A quimioterapia deixa a boca seca e pode ter ardência bucal. O indicado é ingerir bastante água para melhorar a sensação de boca seca e para manter a boca sempre úmida.


Fonte: <http://filhosdafe.blog.br/o-copo-com-agua/ > acesso em 07 de jan 2018.

·         Alimentação saudável
Uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas melhoram o bem-estar e diminuem os efeitos colaterais da quimioterapia. 

·         Estar preparado para mudanças de aparência
A quimioterapia pode causar perda de cabelos e de pelos, vermelhidão pelo corpo, erupções cutâneas entre outros efeitos colaterais.

·         Devemos lembrar que a maioria das reações são momentâneas, e desaparecerão assim que o tratamento terminar.
·         Se necessário procure ajuda profissional para cuidar do emocional e facilitar a superação do problema.

 Fonte:

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Efeitos da Quimioterapia


A quimioterapia não exerce sua função especificamente em células tumorais. Ela é capaz de atingir outras células normais do corpo, como por exemplo, a medula óssea, pelos e a mucosa do tubo digestivo. Essas células normais afetadas pela quimioterapia possui a capacidade de recuperação, ao contrário das células tumorais, desde que tenha um intervalo de tempo entre as quimioterapias. Por este motivo, a quimioterapia é aplicada em ciclos periódicos. Além disso é importante esclarecer que as doses dos quimioterápicos para idosos e pessoas debilitadas devem ser, menores no início para poder determinar o grau de toxicidade das drogas e reduzir alguns efeitos adversos indesejáveis. (INCA)

Os Efeitos terapêuticos e tóxicos dos Quimioterápicos dependem:
·         Tempo de exposição
·         Concentração plasmática da droga

As doses dos quimioterápicos para idosos e pessoas debilitadas devem ser, menores no início para poder determinar o grau de toxicidade e alguns sintomas indesejáveis.
O quadro abaixo mostra exemplos de efeitos tóxicos dos quimioterápicos, conforme a época em que se manifestam após a aplicação.

Precoces*
(de 0 a 3 dias)
Imediatos
(de 7 a 21 dias)
Tardios
(meses)
Ultra-Tardios
(meses ou anos)
• Náuseas
• Vômitos
• Mal estar
• Adinamia
• Artralgias
• Agitação
•Exantemas
• Flebites
• Mielossupressão granulocitopenia plaquetopenia anemia
• Mucosites
• Cistite hemorrágica devida à ciclofosfamida
• Imunossupressão
• Potencialização dos efeitos das radiações devida à actinomicina D, à adriamicina e ao 5-fluoruracil
• Miocardiopatia devida aos antracícliclos e outros
• Hiperpigmentação e esclerodermia causadas pela bleomicina
• Alopecia
• Pneumonite devida à bleomicina
• Imunossupressão
• Neurotoxidade causada pela vincristina, pela vimblastina e pela cisplatina
• Nefrotoxidade devida à cisplatina
• Infertilidade
• Carcinogênese
• Mutagênese
• Distúrbio do crescimento em crianças
• Seqüelas no sistema nervoso central
• Fibrose/cirrose hepática devida ao metotrexato
* Síndrome da toxicidade precoce (Delgado 1983)

    
  

Xerostomia

Mucosite oral

Mal estar e náuseas

Queda de cabelo


http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=101 acesso em 12/11/2017 às 10:22
Com frequência, novas drogas são colocadas à disposição do tratamento com a finalidade de reduzir a toxicidade dos quimioterápicos. Alguns pacientes não possuem acesso aos novos medicamentos devido ao custo do que a sua disponibilidade comercial e também, por não ter conhecer e controlar, à longo prazo de seus efeitos. (INCA)

FONTE: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=101 acesso em 12/11/2017 às 10:22
https://www.quimioterapiaebeleza.com.br/efeitos-colaterais-da-quimioterapia-nauseas-e-vomitos/

O que é a quimioterapia?

A quimioterapia é um dos tratamentos mais utilizados para combater o câncer. Este método,  utiliza medicamentos, chamados quimioterápicos, no tratamento de câncer. Esses medicamentos são potentes e quando atingem a corrente sanguínea e se misturarem com o sangue, são levados para todas as partes do corpo e possuem a capacidade de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células neoplásicas.  (INCA)



(Fonte:http://www.minutofarmacia.com.br/postagens/2015/10/23/como-minimizar-os-efeitos-colaterais-da-quimioterapia/ acesso em 12/11/2017 às 11:58)
COMO ELA É ADMINISTRADA?
Via oral (pela boca) – Pode ser em forma de comprimido, cápsula e líquido e o paciente pode tomar em casa.
Intravenosa – Os medicamentos são aplicados na veia ou por meio de cateter, na forma de injeções ou dentro do soro.
Intramuscular – A medicação é aplicada por meio de injeções no músculo.
Subcutânea – A aplicação da quimioterapia é injetada no tecido gorduroso acima do músculo.
Intratecal –É aplicada no líquor (o líquido da espinha). É administrada pelo médico, no centro cirúrgico.
(Fonte: https://www.abrale.org.br/ acesso em 12/11/2017 às 11:46)

1http://enfermagem-na-saude.blogspot.com.br/2010/06/ http://www.oncomedb

h.com.br/site/?menu=Informa%E7%F5es&submenu=Fique%20por%20dentro&i=45&pagina=Medicamentos%20orais%20no%20combate%20ao%20c%E2ncer
                         



Em quais momentos a  Quimioterapia é aplicada?
Exclusiva: quando a quimioterapia é o principal tratamento naquela situação. Comum em pacientes que apresentam a doença disseminada ou com metastase. Cirurgias e radioterapia também podem acontecer.
Neoadjuvante: Quando a quimioterapia é administrada ANTES de um tratamento local, como cirurgia ou radioterapia. Geralmente a quimioterapia neoadjuvante é indicada quando o cirurgião ou o radioterapeuta precisam de diminuição do tamanho do tumor antes de seu procedimento específico, para minimizar a agressividade da cirurgia ou da radioterapia.

Adjuvante: quando a quimioterapia é administrada APÓS um tratamento com intenção curativa, como cirurgia ou radioterapia. O propósito é reduzir os riscos de recidiva da doença ou ocorrer em algum lugar do corpo.
Combinada: quando a quimioterapia é associada, ao mesmo tempo, à radioterapia para aumentar a eficácia do tratamento local.
(Fonte: http://centrodeoncologia.org.br/tudo-sobre-cancer/quimioterapia/  acesso em 12/11/2017 às 11:46)
Fontes
 http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=101  acesso em 12/11/2017 às 11:46
https://www.abrale.org.br/ acesso em 12/11/2017 às 11:46
http://centrodeoncologia.org.br/tudo-sobre-cancer/quimioterapia/  acesso em 12/11/2017 às 11:46
http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/07/cancer-quando-quimioterapia-prejudica-mais-do-que-ajuda-pacientes-terminais.html acesso em 12/11/17 as 11:47


segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Como realizar a Doação de medula óssea?

A medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, e conhecida popularmente por 'tutano'. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. As hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso corpo e nos defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

O que é o transplante de medula óssea?

É um tratamento que é proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como a leucemia, os linfomas, as anemias, as hemoglobinopatias, as imunodeficiências congênitas e o mieloma múltiplo. O tratamento se baseia na substituição de uma medula óssea que está doente ou deficitária, por células normais de medula óssea, e tem como objetivo a reconstituição de uma medula para essa se tornar saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente ou alogênico, que é quando a medula vem de um doador. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de um cordão umbilical.

Como é o transplante ?

Para o doador: Antes de ser realizada a doação, o doador faz inúmeros exames para assegurar que ele está em um bom estado de saúde. Não se faz necessário alterações de hábitos desse indivíduo. A doação é feita em um centro cirúrgico, sob anestesia, sendo um procedimento seguro e rápido, tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas algumas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde e o principal, pode ajudar a salvar uma vida. 

Para o paciente: Depois de se submeter a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula, o paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova medula é rica em células chamadas progenitoras que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por isso, deve ser mantido internado no hospital, em regime de isolamento. Cuidados com a dieta, limpeza e esforços físicos são necessários. Por um período de duas a três semanas, o paciente necessitará ser mantido internado e, apesar de todos os cuidados, os episódios de febre são muito comuns. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial, sendo necessário em alguns casos o comparecimento diário ao Hospital.

Como ser um doador ?

Para ser um doador, e salvar vidas, se faz necessário cadastro em um dos hemocentros que estão localizados por todo o pais.
INFORMAÇÕES HEMOCENTROS:

Em Maringá:
·         Hemocentro Regional de Maringá localizado na Av. Mandacaru, 1600 - Parque das Laranjeiras, Maringá - PR, 87083-240. Telefone para maiores informações (44) 3011-9400 (Próximo ao Hospital Universitário de Maringá)


Ana Cláudia Ramin Silva 



Alterações em cavidade bucal durante o tratamento da quimioterapia e radioterapia


Como a quimioterapia e a radioterapia são modalidades de tratamentos antineoplásicos que causam efeitos colaterais na boca, a cavidade bucal pode ser a origem dos processos infecciosos durante o tratamento oncológico, agravando assim, o quadro clínico do paciente. Dessa forma, o tratamento odontológico deve ser planejado em conjunto com a equipe multiprofissional, que cuida deste paciente, para melhorar sua condição bucal antes do tratamento e cuidar, adequadamente, dela durante e depois do tratamento e consequentemente evitar ou diminuir a severidade dos efeitos colaterais que possivelmente venham a ocorrer. È importante resaltar que a irradiação provoca alterações bucais apenas quando atinge a região de cabeça e pescoço.
Dentre essas alterações, destacam-se:

MUCOSITE: a mucosite bucal surge como uma vermelhidão (eritema) e em seguida evolui para úlceras (feridas que se parecem com aftas, porém, maiores), podendo haver sangramento e edema (inchaço). Leva a um desconforto severo, ocasionando uma queda da qualidade de vida, devido à dor e distúrbios funcionais, que surgem e comprometem a mastigação, deglutição e fonação, bem como, dificulta a higienização. Desaparece após o termino do tratamento.
XEROSTOMIA: a sensação de boca seca surge ao mesmo tempo em que o paciente sente que a saliva fica mais espessa, e pode provocar cáries, bem como dificuldade de mastigação e deglutição, além de modificar a flora natural da boca. Sua intensidade varia de acordo com o tratamento empregado, podendo amenizar ou desaparecer quando o tratamento termina.
NEUROTOXICIDADE: às vezes, o paciente relata dor aguda na boca ou dentes, localizada ou generalizada, e não há sinais clínicos de cárie, doenças periodontais (de gengiva) ou outras infecções bucais; são sintomas da neurotoxicidade, decorrente das medicações contra o câncer. Desaparece após o término do tratamento.
HIPOGEUSIA: é a diminuição da sensação relacionada ao gosto ou paladar.  É comum o paciente sentir gosto “metálico” ou mesmo, não sentir o sabor salgado ou doce. Varia de pessoa para pessoa, mas geralmente isso se normaliza após o término do tratamento.
TRISMO: é a impossibilidade de abrir a boca completamente durante o tratamento por meio de radioterapia que atinge a região de côndilo, o paciente pode apresentar dificuldade e dor ao tentar abrir a boca.
OSTEORRADIONECROSE: é decorrente da radioterapia de cabeça e pescoço, a osteorradionecrose − necrose do osso − é uma séria complicação. Ela surge com a exposição do tecido ósseo dos ossos maxilares, devido a algum processo infeccioso, como cárie, doença periodontal ou trauma. Como é de difícil cuidado, deve ser prevenida.
SANGRAMENTO GENGIVAL: o paciente pode apresentar queda no número de plaquetas e, assim, as chances de sangramento aumentam. É preciso ter cuidado com traumas na boca.
INFECÇÕES OPORTUNISTAS POR FUNGOS, BACTÉRIAS OU VÍRUS: em consequência da intensa imunodepressão ocorrida em função da quimioterapia ou radioterapia, o paciente tem mais chances de desenvolver infecções na boca, como a candidíase (conhecida como “sapinho”) e herpes (vírus que pode causar vesículas e úlceras nos lábios ou dentro da boca).
CÁRIE DE RADIAÇÃO: a cárie dental é uma ocorrência frequente nos pacientes submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço. É causada pela alteração na qualidade e quantidade de saliva e consequentemente na instalação de uma flora bacteriana cariogênica. A equipe odontológica deve implementar ações específicas como o controle da placa bacteriana e a terapia com flúor tópico.
TEMA 2: Desmistificação da biópsia
Quando o médico pede uma biópsia é porque existe a suspeita de que o tecido possui alguma alteração que não pode ser vista em outros exames, e por isso, é necessário realizar o exame prontamente, a fim de, diagnosticar o problema de saúde, para iniciar o tratamento, assim que possível. Esse problema pode não necessariamente ser um câncer, pois a grande maioria das lesões da boca são benignas.
O que é a biópsia?
O termo biópsia vem do grego, bios = vida e opsis = aparência, visão. É o procedimento cirúrgico no qual se colhe células ou um pequeno fragmento de tecido orgânico para serem posteriormente submetidos a estudo em laboratório, visando determinar a natureza e o grau da lesão estudada. Também podem ser examinados líquidos, secreções, esfregaços e outros materiais orgânicos. Praticamente todos os órgãos e componentes corporais podem ser biopsiados: músculos, pele, ossos, líquidos, secreções, entre outros. Apesar de ser um procedimento cirúrgico, geralmente a biópsia é bem simples e exige somente anestesia local.
Quais as indicações para se fazer uma biópsia?
O mais comum é realizar a biópsia naquelas pessoas com suspeitas diagnósticas de doenças que podem provocar alterações morfológicas nas células e tecidos, como os tumores, por exemplo, ou para estabelecer um diagnóstico diferencial entre enfermidades semelhantes. Esse exame diagnóstico é indicado tanto em enfermidades simples, como as verrugas, ou nas mais graves, como o câncer. Embora o termo biópsia sempre desperte certa apreensão nas pessoas, a maioria delas revela situações simples e benignas. Além disso, a biópsia pode ajudar a avaliar a gravidade da lesão e a evolução do tratamento. Em lesões de malignidade suspeita ou confirmada, as biópsias ajudam a estabelecer o grau histológico de neoplasia e a determinar a natureza, taxa de crescimento e agressividade do tumor, ajudando a elaborar o plano do tratamento e a prever o prognóstico da doença.
Para que serve uma biópsia?
Uma biópsia serve para esclarecer um diagnóstico se ainda restarem dúvidas depois da história clínica, exame físico, dados bioquímicos e de imagens. Em casos de tumores, além de definir o diagnóstico, podem estabelecer a malignidade ou não deles e o grau histológico em que se encontram. Ajudando muito, a saber, qual o melhor tratamento para aquele paciente.
Em casos de lesões benignas o fato de removê-la para o exame já serve como uma forma de tratamento. 


Ana Cláudia Ramin Silva 

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Como comunicar o paciente que ele tem câncer?

Como comunicar ao paciente que ele tem câncer?

Apesar de todos os avanços científicos e tecnológicos, o câncer ainda é uma doença associada à possibilidade de sofrimento físico, emocional e morte. O nível social, econômico e cultural, além de gênero e idade, são alguns dos fatores que interferem no grau de impacto psicológico que o diagnóstico de doença grave pode causar no indivíduo. (CAVALCANTI DR, 2005) Tanto para muitos profissionais, quanto para o doente e sua família, o diagnóstico de câncer continua sendo uma sentença de morte. Pouca ênfase tem sido direcionada ao treinamento de habilidades e técnicas em comunicação e avaliação do fator psicossocial, requisitos essenciais para um atendimento adequado de pacientes oncológicos. Os profissionais dependem então, de sua experiência e julgamento pessoais em relação à decisão de informar ao paciente sobre sua doença, bem como, sobre a melhor maneira de comunicar e em que momento fazê-lo. (CAVALCANTI DR, 2005 e GOMES et al. 2009)
De acordo com Fitch, 2006, os pacientes com doença progressiva e incurável, precisam compreender o que está acontecendo consigo e com seus corpos. "Eles precisam participar dos processos de tomada de decisão sobre como vão viver os dias remanescentes". (FITCH MI, 2006) Acredita-se que, especialmente na área da cancerologia, o esclarecimento a respeito das possibilidades terapêuticas, deve envolver um diálogo aberto entre o profissional da saúde e o paciente, tendo em vista a, necessidade de realizar procedimentos mutilantes, que muitas vezes são a única chance de cura para aquele doente. (KOVÁKS MJ, 2006) E, mesmo quando não houver possibilidade de cura, o paciente deve ser orientado em relação aos tratamentos paliativos, aos quais poderá ser submetido, esclarecendo-os sobre os benefícios dos mesmos para a melhora de sua qualidade de vida. Para que a comunicação da verdade seja moralmente boa, deve-se prestar atenção a o que, como, quando, quanto, quem e a quem se deve informar, exigindo-se muita prudência. (KOVÁKS MJ, 2006)
Vale dizer que, comunicar uma notícia não é simplesmente informar e desaparecer, trata-se de um processo que leva tempo e que deve ser realizado em várias etapas. Sabe-se que, algumas informações terão de ser dadas repetidas vezes, já que pessoas em grave impacto emocional, geralmente não absorvem aquilo que ouvem, (KOVÁKS MJ, 2006) mesmo que a linguagem utilizada seja compreensível. (GOMES et al. 2009)
Geralmente os pacientes desejam receber toda informação possível e preferem a presença de um familiar próximo, e sua maior angústia é a espera para a confirmação do diagnóstico. A terminologia utilizada pelo profissional, suas habilidades pessoais de simpatia, compreensão, ouvir com atenção, transmitir respeito e prover esperança; são condições importantes para o ajuste emocional do paciente à doença. (CAVALCANTI DR, 2005 e ROBERTS et al. 1994)
Em alguns países, no curso de medicina, é ensinado para seus alunos, como fazer a comunicação de diagnóstico de lesões graves. Um dos modelos adotados para esta finalidade é o chamado Modelo de comunicação de diagnóstico, da Universidade do Texas M. D. Anderson Cancer Center – Houston, também conhecido como, protocolo de “Spikes”.
De maneira resumida e simplista, os passos do protocolo “Spikes” seriam:

1)    Criar um ambiente apropriado, buscando privacidade e conforto para o paciente, tempo ininterrupto, possibilitar ao paciente sentar-se de forma que seus olhos fiquem ao nível dos olhos de quem está comunicando;
2)    Verificar a percepção do paciente em relação ao seu problema; como por exemplo a pergunta: “Fale-me o que você pensa sobre a razão dos exames que fizemos”.
3)    Obter informação sobre o desejo do paciente em ser informado dos detalhes da sua condição médica; como por exemplo: “Quando os resultados dos exames estiverem completos, você é o tipo de pessoa que quer saber tudo...”
4)    Fornecer conhecimento e informação ao paciente, informando por partes pequenas, checando a compreensão dele constantemente,
5)    Enfatizar que você compreende emoções expressas pelo paciente; como por exemplo no caso do choro: “ ... eu entendo que você não estava esperando este tipo de notícia...”
6)    Fazer um resumo do que você falou e envolve-lo em suas estratégias de tratamento ou acompanhamento.

Porém nem sempre é possível comunicar o paciente sobre sua condição de doente, assim, comunicação do diagnóstico é contraindicada em, segundo Sprosser et al. 1997:
Ø  Casos de pacientes muito jovens, ou quando suas condições físicas ou psicológicas não permitam uma correta compreensão de sua doença.
Quando o profissional, mesmo que legalmente competente, não esteja devidamente preparado para o estabelecimento de um diagnóstico. 


Ana Cláudia Ramin Silva