segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Como realizar a Doação de medula óssea?

A medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, e conhecida popularmente por 'tutano'. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. As hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso corpo e nos defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

O que é o transplante de medula óssea?

É um tratamento que é proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como a leucemia, os linfomas, as anemias, as hemoglobinopatias, as imunodeficiências congênitas e o mieloma múltiplo. O tratamento se baseia na substituição de uma medula óssea que está doente ou deficitária, por células normais de medula óssea, e tem como objetivo a reconstituição de uma medula para essa se tornar saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente ou alogênico, que é quando a medula vem de um doador. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de um cordão umbilical.

Como é o transplante ?

Para o doador: Antes de ser realizada a doação, o doador faz inúmeros exames para assegurar que ele está em um bom estado de saúde. Não se faz necessário alterações de hábitos desse indivíduo. A doação é feita em um centro cirúrgico, sob anestesia, sendo um procedimento seguro e rápido, tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas algumas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde e o principal, pode ajudar a salvar uma vida. 

Para o paciente: Depois de se submeter a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula, o paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova medula é rica em células chamadas progenitoras que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por isso, deve ser mantido internado no hospital, em regime de isolamento. Cuidados com a dieta, limpeza e esforços físicos são necessários. Por um período de duas a três semanas, o paciente necessitará ser mantido internado e, apesar de todos os cuidados, os episódios de febre são muito comuns. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial, sendo necessário em alguns casos o comparecimento diário ao Hospital.

Como ser um doador ?

Para ser um doador, e salvar vidas, se faz necessário cadastro em um dos hemocentros que estão localizados por todo o pais.
INFORMAÇÕES HEMOCENTROS:

Em Maringá:
·         Hemocentro Regional de Maringá localizado na Av. Mandacaru, 1600 - Parque das Laranjeiras, Maringá - PR, 87083-240. Telefone para maiores informações (44) 3011-9400 (Próximo ao Hospital Universitário de Maringá)


Ana Cláudia Ramin Silva 



Alterações em cavidade bucal durante o tratamento da quimioterapia e radioterapia


Como a quimioterapia e a radioterapia são modalidades de tratamentos antineoplásicos que causam efeitos colaterais na boca, a cavidade bucal pode ser a origem dos processos infecciosos durante o tratamento oncológico, agravando assim, o quadro clínico do paciente. Dessa forma, o tratamento odontológico deve ser planejado em conjunto com a equipe multiprofissional, que cuida deste paciente, para melhorar sua condição bucal antes do tratamento e cuidar, adequadamente, dela durante e depois do tratamento e consequentemente evitar ou diminuir a severidade dos efeitos colaterais que possivelmente venham a ocorrer. È importante resaltar que a irradiação provoca alterações bucais apenas quando atinge a região de cabeça e pescoço.
Dentre essas alterações, destacam-se:

MUCOSITE: a mucosite bucal surge como uma vermelhidão (eritema) e em seguida evolui para úlceras (feridas que se parecem com aftas, porém, maiores), podendo haver sangramento e edema (inchaço). Leva a um desconforto severo, ocasionando uma queda da qualidade de vida, devido à dor e distúrbios funcionais, que surgem e comprometem a mastigação, deglutição e fonação, bem como, dificulta a higienização. Desaparece após o termino do tratamento.
XEROSTOMIA: a sensação de boca seca surge ao mesmo tempo em que o paciente sente que a saliva fica mais espessa, e pode provocar cáries, bem como dificuldade de mastigação e deglutição, além de modificar a flora natural da boca. Sua intensidade varia de acordo com o tratamento empregado, podendo amenizar ou desaparecer quando o tratamento termina.
NEUROTOXICIDADE: às vezes, o paciente relata dor aguda na boca ou dentes, localizada ou generalizada, e não há sinais clínicos de cárie, doenças periodontais (de gengiva) ou outras infecções bucais; são sintomas da neurotoxicidade, decorrente das medicações contra o câncer. Desaparece após o término do tratamento.
HIPOGEUSIA: é a diminuição da sensação relacionada ao gosto ou paladar.  É comum o paciente sentir gosto “metálico” ou mesmo, não sentir o sabor salgado ou doce. Varia de pessoa para pessoa, mas geralmente isso se normaliza após o término do tratamento.
TRISMO: é a impossibilidade de abrir a boca completamente durante o tratamento por meio de radioterapia que atinge a região de côndilo, o paciente pode apresentar dificuldade e dor ao tentar abrir a boca.
OSTEORRADIONECROSE: é decorrente da radioterapia de cabeça e pescoço, a osteorradionecrose − necrose do osso − é uma séria complicação. Ela surge com a exposição do tecido ósseo dos ossos maxilares, devido a algum processo infeccioso, como cárie, doença periodontal ou trauma. Como é de difícil cuidado, deve ser prevenida.
SANGRAMENTO GENGIVAL: o paciente pode apresentar queda no número de plaquetas e, assim, as chances de sangramento aumentam. É preciso ter cuidado com traumas na boca.
INFECÇÕES OPORTUNISTAS POR FUNGOS, BACTÉRIAS OU VÍRUS: em consequência da intensa imunodepressão ocorrida em função da quimioterapia ou radioterapia, o paciente tem mais chances de desenvolver infecções na boca, como a candidíase (conhecida como “sapinho”) e herpes (vírus que pode causar vesículas e úlceras nos lábios ou dentro da boca).
CÁRIE DE RADIAÇÃO: a cárie dental é uma ocorrência frequente nos pacientes submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço. É causada pela alteração na qualidade e quantidade de saliva e consequentemente na instalação de uma flora bacteriana cariogênica. A equipe odontológica deve implementar ações específicas como o controle da placa bacteriana e a terapia com flúor tópico.
TEMA 2: Desmistificação da biópsia
Quando o médico pede uma biópsia é porque existe a suspeita de que o tecido possui alguma alteração que não pode ser vista em outros exames, e por isso, é necessário realizar o exame prontamente, a fim de, diagnosticar o problema de saúde, para iniciar o tratamento, assim que possível. Esse problema pode não necessariamente ser um câncer, pois a grande maioria das lesões da boca são benignas.
O que é a biópsia?
O termo biópsia vem do grego, bios = vida e opsis = aparência, visão. É o procedimento cirúrgico no qual se colhe células ou um pequeno fragmento de tecido orgânico para serem posteriormente submetidos a estudo em laboratório, visando determinar a natureza e o grau da lesão estudada. Também podem ser examinados líquidos, secreções, esfregaços e outros materiais orgânicos. Praticamente todos os órgãos e componentes corporais podem ser biopsiados: músculos, pele, ossos, líquidos, secreções, entre outros. Apesar de ser um procedimento cirúrgico, geralmente a biópsia é bem simples e exige somente anestesia local.
Quais as indicações para se fazer uma biópsia?
O mais comum é realizar a biópsia naquelas pessoas com suspeitas diagnósticas de doenças que podem provocar alterações morfológicas nas células e tecidos, como os tumores, por exemplo, ou para estabelecer um diagnóstico diferencial entre enfermidades semelhantes. Esse exame diagnóstico é indicado tanto em enfermidades simples, como as verrugas, ou nas mais graves, como o câncer. Embora o termo biópsia sempre desperte certa apreensão nas pessoas, a maioria delas revela situações simples e benignas. Além disso, a biópsia pode ajudar a avaliar a gravidade da lesão e a evolução do tratamento. Em lesões de malignidade suspeita ou confirmada, as biópsias ajudam a estabelecer o grau histológico de neoplasia e a determinar a natureza, taxa de crescimento e agressividade do tumor, ajudando a elaborar o plano do tratamento e a prever o prognóstico da doença.
Para que serve uma biópsia?
Uma biópsia serve para esclarecer um diagnóstico se ainda restarem dúvidas depois da história clínica, exame físico, dados bioquímicos e de imagens. Em casos de tumores, além de definir o diagnóstico, podem estabelecer a malignidade ou não deles e o grau histológico em que se encontram. Ajudando muito, a saber, qual o melhor tratamento para aquele paciente.
Em casos de lesões benignas o fato de removê-la para o exame já serve como uma forma de tratamento. 


Ana Cláudia Ramin Silva